quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Graph Search: a mina de ouro do Facebook

O novo serviço de busca social do Facebook foi anunciado nesta terça-feira e já virou alvo de análises. O recurso foi chamado de Google, Foursquare e LinkedIn por oferecer acesso a todos os tipos de informações, obtidas com o cruzamento dos dados de seus usuários. 

A novidade parece um presente aos internautas (e foi anunciada desta maneira), mas o Facebook será o grande favorecido da história. O Graph Search trará possibilidades infinitas de negócios à rede social.

De acordo com Rodrigo Longo Canhissare, professor dos cursos de MBA da FIAP, agências de marketing/publicidade podem fazer parcerias com o Facebook para elaborar estudos de mercado e estratégias de divulgação de produtos/serviços. As empresas oferecem porcentagens ao site em troca de recursos mais elaborados de buscas. A vantagem é que dentro da rede social os dados são atualizados constantemente pelo próprio público alvo, enquanto que as bases de dados comuns dependem de terceiros.

A rede também consegue oferecer links patrocinados às empresas que possuem Fan Pages no site, além de prioridade nos resultados de buscas. Em uma pesquisa sobre "fotografias tiradas no Parque Ibirapuera", por exemplo, imagens de um ensaio de moda da Nike podem surgir.

Facebook ainda é capaz de vender perfis premium aos usuários que queiram mais recursos em suas páginas, algo semelhante ao que o LinkedIn faz. Por meio de mensagens internas, uma pessoa interessada em trabalhar em certa empresa tem a oportunidade de enviar ao CEO seu currículo, mesmo que o perfil do executivo seja privado. No Facebook não será diferente. Um usuário com acesso a diversos filtros de busca consegue encontrar elementos extras na rede. 

O Graph Search ainda traz oportunidades para outras empresas lucrarem. Agências e instituições podem oferecer cursos para ensinar profissionais a extrair mais informações da ferramenta. "O sistema de busca tem muito potencial. No entanto, é preciso saber até onde ele chega. Ainda existem dúvidas quanto a profundidade, extração e curadoria do conteúdo", comenta.

Privacidade: Ter ou não ter?

Com a chegada do Graph Search, o tema privacidade se tornou mais recorrente. Canhissare afirma, no entanto, que nada muda. 

O termo de uso assinado dá direito ao Facebook de compartilhar informações de seus usuários. E o perfil bloqueado continua impedido de ser acessado, portanto, não será indexado nos resultados de busca.

O professor lembra, contudo, que a restrição no perfil também impede o usuário de obter facilidades na rede. Uma promoção ou um recrutador não chegarão até o perfil escondido. 

"Isso me lembra aquele recurso do Orkut, que permitia que as pessoas soubessem quem entrou na sua página. Para ter este mecanismo, você tinha que aceitar que as suas visitas também seriam expostas. É dar para receber", diz.

A conclusão é que a partir de agora o Facebook poderá ser usado para outros fins e cabe ao usuário decidir se vai entrar nesta onda de oportunidades e riscos, ou, refugiar-se. Não será uma decisão fácil.

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